Thursday, July 13, 2006

Portugal x Inglaterra - MundiaL 2006 -

A História também se repete

Quarenta anos depois dos “Magriços”, em 1966, Portugal volta a estar presente nas meias-finais de um Mundial. Contra a Inglaterra, a fazer lembrar o Europeu de 2004, Ricardo voltou a ser o herói do jogo. Neste momento, Portugal é uma das quatro melhores selecções do Mundo.

Aquilo que parecia um sonho antes do início do Mundial está a dois passos de ser conseguido. Ao vencer a Inglaterra, a selecção portuguesa assegurou um lugar nas meias-finais do Campeonato do Mundo. Falta um jogo para a final e, mais do que nunca, jogadores e equipa técnica acreditam que o título pode mesmo tornar-se uma realidade.

Desde o início da partida, Portugal e Inglaterra mostraram um enorme respeito pelo valor do adversário. Tanto Scolari como Ericksson montaram as equipas com todos os jogadores a cumprirem à risca as respectivas indicações tácticas. O importante era não cometer erros, e esperar uma possível falha do adversário. As equipas encaixaram então uma na outra, numa partida intensa, mas onde foram poucas as ocasiões de golo. Como os jogadores raramente imprimiam velocidade ao jogo, apostando antes na paciência em trocar a bola e em não falhar, o perigo poucas vezes chegou às balizas. E quando chegava, tanto Ricardo como Paul Robinson conseguiam resolver.

A partida dava então a sensação de que quem cometesse o primeiro erro, perdia. Até que Wayne Rooney, a estrela da selecção inglesa, agrediu Ricardo Carvalho, e foi expulso aos 63 minutos. A Inglaterra retraiu-se, e Portugal começou a tomar conta do jogo. Daí até ao final, a selecção portuguesa controlou a posse de bola, mas continuava a sentir dificuldades em furar a defensiva britânica. Nem mesmo a entrada de Hélder Postiga, pouco antes do prolongamento, acrescentou à equipa das quinas a acutilância necessária para resolver a partida.

Chama-se Ricardo

Ao fim de 120 minutos sem golos, foram precisas as grandes penalidades para se encontrar um vencedor. E tal como há dois anos, Ricardo voltou a brilhar a grande altura. Se os ingleses já o conheciam, desta vez deu-se a conhecer ao Mundo.

Nunca um guarda-redes tinha conseguido defender três penáltis na história dos 17 Campeonatos Mundiais. Ricardo fê-lo, e dois anos depois de 2004, voltou a sentenciar o destino da selecção inglesa. E desta vez, nem foi preciso tirar as luvas!

Quando defendeu a primeira grande penalidade apontada por Frank Lampard – que nos últimos dois anos não falhara nenhuma ao serviço do Chelsea – Ricardo começou aí a reescrever a história. Depois deste jogo, nunca mais a Inglaterra irá esquecer o seu nome.


Big Phill, o Comandante

Em três anos, tantos quantos os que Luís Filipe Scolari está ao leme da selecção, Portugal passou de um bom conjunto europeu para uma equipa de nível mundial. Big Phill, como é conhecido em Inglaterra numa alusão a Felipão, demonstrou mais uma vez a sua mestria na maneira como orientou a equipa das quinas.
Os laços fortes de amizade, a atitude combativa e o espírito de entreajuda entre todos os elementos da selecção, têm, sem dúvida, o cunho pessoal do treinador brasileiro. Depois de ser vice-campeão europeu, Scolari acredita agora que Portugal pode mesmo chegar a Campeão Mundial.
01. 07. 2006

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